quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Temer consegue barrar 2ª denúncia na Câmara, mas perde apoio na base
Temer consegue barrar 2ª denúncia na Câmara, mas perde apoio na base
A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (25), pela segunda vez, uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB), desta vez por obstrução de justiça e organização criminosa. Apesar de conseguir barrar a investigação, Temer viu reduzir o apoio dos parlamentares ao Planalto e recebeu 12 votos a menos do que na primeira denúncia, por corrupção passiva, enterrada no plenário no dia 2 de agosto.
O voto que garantiu a vitória a Temer saiu às 20h35, com o "sim" do deputado Francisco Floriano (DEM-RJ). Ele foi o 158º a votar "sim", e se somou aos 13 ausentes e 1 abstenção naquele momento para dar vitória ao governo.
Dos 487 deputados presentes na Câmara, Temer recebeu nesta quarta 251 votos favoráveis a ele (votos "sim" ao parecer vindo da Comissão de Constituição e Justiça para barrar a denúncia). Outros 233 deputados defenderam, sem sucesso, a continuidade das investigações contra o presidente. O plenário registrou ainda 25 ausências e 2 abstenções. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, não votou. A base aliada precisava de 172 votos (entre "sim", ausências e abstenções) para impedir a admissibilidade da denúncia.
Além de Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do PMDB e citados na denúncia da PGR, também ficaram livres de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) com a decisão do plenário desta quarta-feira. Agora, os três só poderão ser investigados pela justiça comum quando deixarem seus cargos.
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Entenda a denúncia
A acusação da PGR por organização criminosa sustenta que sete integrantes do PMDB, incluindo Temer, montaram um esquema de propina em órgãos públicos, como Petrobras, Furnas e Caixa Econômica. Temer é apontado na denúncia como líder da organização criminosa desde maio de 2016.
Leia a íntegra da denúncia
Temer, Moreira e Padilha têm negado a prática de qualquer irregularidade. Para a Procuradoria, o presidente também cometeu o crime de obstrução de justiça ao dar aval para que o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, comprasse o silêncio do corretor de valores Lucio Funaro, apontado como operador do PMDB.
A primeira denúncia contra Temer foi rejeitada pela Câmara em agosto, por 263 votos a 227.
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